![]() Tecnologias: Biomassa sólidaNa biomassa sólida são utilizadas diferentes tipos de tecnologias associadas às várias etapas do processo de aproveitamento da mesma e condicionadas por vários factores como a densidade e estado da rede viária, tipo de povoamento, espécie, características físicas do terreno, características dos centros de consumo, eficiência, impacte ambiental que possam causar, etc.: Tecnologias na recolha e transporte Na recolha e transporte da biomassa são utilizadas diversas tecnologias mecanizadas dependendo da idade das árvores (2,5 ou 10 anos) ou do tamanho dos resíduos. Recolha em Natureza: O método consiste em recolher e efectuar o transporte da biomassa sem que esta passe por processo de compactação, nem de estilhaçamento. Hoje em dia começa a ser um método ultrapassado, uma vez que, devido à baixa densidade no transporte, os custos são bastante elevados. Processamento em estilha no local: consiste em transformar a biomassa em estilhas no espaço florestal utilizando estilhaçadores móveis de pequenas dimensões. Posteriormente a biomassa é transportada para as unidades finais, ou unidades intermédias, em forma de estilha. Estes procedimentos permitem a secagem natural melhorando as propriedades da biomassa florestal, o que traz grandes vantagens em relação ao transporte em natureza. Parques de pré-tratamento: nestes parques a biomassa chega em natureza e sofre uma transformação que vai de acordo com a necessidade das características do material. As principais operações que se podem levar a cabo nos parques de pré-tratamento são: armazenamento da matéria-prima, trituração e secagem natural ou forçada. Enfardamento da biomassa: este método tem como princípio, a compactação dos materiais enfardados. As enfardadeiras são sistemas de recolha de restos florestais que têm por princípio a compactação dos materiais. Desta forma, é possível optimizar o armazenamento e o transporte e permitir recolha dos restos de ramos e bicadas deixados no solo após a operação de corte das árvores. Aproveitamento da árvore inteira: neste processo, ao contrário do que se verifica nos casos anteriores, a biomassa utilizada corresponde ao fuste inteiro. As árvores processadas neste sistema têm baixo valor económico, sendo fruto de desbastes, povoamentos de baixa rentabilidade, culturas energéticos, árvores de áreas de cortes antecipados ou danificados por incêndios, vendavais ou pragas e doenças. As árvores são aproveitadas para a obtenção de estilha. Sistema Feller-buncher: o método “full-tree” – fuste inteiro, consiste basicamente no corte e um primeiro ajuntamento de árvores inteiras, com cortador empilhador florestal “whelled feller-buncher”, seguido de rechega para pilha com ajuntador “skidder”, estilhaçamento das árvores com estilhaçador de facas e transporte à fabrica com camiões contentores «tipo banheira». Com este sistema pretende-se executar o mínimo de operações possíveis na exploração, de modo a rentabilizar todo o processo de colheita e transporte da biomassa à fábrica. Devido ao seu alto rendimento, este sistema é utilizado para o aproveitamento da biomassa nas culturas energéticas lenhosas. Tecnologias no armazenamento O seu armazenamento pode ser feito em pilhas curtas, pilhas longas, paletes, postes, montes de estilhas ou serrilha. A tecnologia de estilhagem da madeira proporciona redução de custos tanto na recolha como no transporte. Os sistemas de armazenamento modernos indicam à caldeira, através de um interruptor de fim de curso, quando necessitam de calor. Isto permite que os intervalos de combustão da caldeira sejam coordenados e que o número de sequências de inflamações na caldeira seja reduzido. O sistema de armazenamento permite que sistemas de aquecimento a madeira sejam, por um lado, flexíveis e reajam rapidamente a requisitos de calor e, por outro lado, prolonguem os intervalos de combustão. Isto ajuda a reduzir o desgaste da caldeira e a minimizar o número de combustões parciais. Tecnologias na conversão As tecnologias de aproveitamento do potencial da biomassa solida passam essencialmente pela queima em centrais térmicas com tecnologias como: de grelha fixa, móvel ou inclinada e de leito fluidizado (Liquefacção), ou centrais de cogeração para a produção de energia eléctrica e de água quente, ou ainda a queima directa (Combustão) em lareiras (lenha) para a produção directa de calor. 1. Aquecimento (<100ºC): quando os sistemas de combustão são alimentados, os combustíveis sólidos estão geralmente à temperatura ambiente. Antes que as reacções possam começar, o combustível sólido necessita ser aquecido. 2. Secagem (entre 100º C e 150º C): Acima dos 100ºC inicia-se a vaporização da água existente no combustível. Esta liberta-se do combustível, na forma de vapor de água. 3. Decomposição pirolítica (entre 150ºC e 230ºC): Neste processo, os componentes de cadeia longa dos combustíveis sólidos são quebrados em compostos de cadeia curta. Os produtos que surgem são gases e compostos líquidos de alcatrão, tais como o monóxido de carbono (CO) e hidrocarbonetos gasosos (CmHn). A decomposição pirolítica da madeira não necessita de oxigénio. Os
processos anteriores são endotérmicos (absorção de calor). Uma vez
atingido o ponto de inflamação (cerca de 230ºC) iniciam-se as reacções
exotérmicas (libertação de calor) com a entrada de oxigénio. A
superfície exterior da madeira pode ser inflamada a cerca de 300ºC e, a
partir dos 400ºC, ocorre combustão espontânea. 4. Gaseificação do combustível sem água (entre 230ºC e 500ºC): A decomposição térmica do combustível sem água, sob a influência do oxigénio, inicia-se a um ponto de inflamação de cerca de 230ºC. A gaseificação tem lugar na chama de um fogo de combustível sólido 5. Gaseificação do carbono sólido (entre 500ºC a 700ºC): Nesta fase, sob a influência do dióxido de carbono (CO2), vapor de água existente e oxigénio (O2), produz-se monóxido de carbono combustível. A gaseificação do carbono sólido é exotérmica e liberta luz e calor, que tomam a forma de uma chama visível. 6. Oxidação dos gases combustíveis (entre 700ºC a cerca de 1.400ºC): a oxidação de todos os gases combustíveis, resultantes das etapas do processo precedente, representa o fim da reacção de combustão para os combustíveis sólidos. Sob a influência do ar secundário, efectua-se a combustão completa e limpa da mistura de gases. A superfície
de reacção disponível tem um papel importante na velocidade dos
processos. Ao reduzir o tamanho dos combustíveis aumenta-se a superfície
específica para que as reacções tenham lugar existindo a possbilidade
de uma conversão mais rápida do combustível. a. Poluentes resultantes de combustão incompleta: monóxido de carbono (CO), carbono (C), hidrocarbonetos e compostos de alcatrão (CmHn) e partículas não queimadas. b. Poluentes resultantes de combustão completa: óxidos de azoto (NOx) e monóxido de carbono residual (CO). Os sistemas de combustão
modernos, com uma via separadora do ar primário e secundário, e uma
zona de combustão suficientemente grande, criam as condições certas para
a existência baixas emissões de combustão.
1. Secagem: a secagem ou remoção da humidade pode ser feita quando a madeira é introduzida no gaseificador, aproveitando-se a temperatura ali existente, contudo a operação com madeira seca é mais eficiente. 2. Pirólise ou carbonização: durante a etapa de pirólise formam-se gases, vapor de água, vapor de alcatrão e carvão 3. Gaseificação: é liberada a energia necessária ao processo, pela combustão parcial dos produtos da pirólise.
Directa: a reacção dá-se numa atmosfera redutora de hidrogénio ou mistura de hidrogénio e monóxido de carbono, sendo, portanto, uma forma de pirólise. Usam-se altas pressões, 100 a 200 Atm e temperaturas de 400 a 600ºC. A biomassa é triturada em uma faixa granulométrica escolhida e misturada com algum solvente, formando uma suspensão com 10% a 30% de sólidos. O líquido mais comum é a água, entretanto, podem-se empregar meios orgânicos Indirecta: produção de gás de síntese, CO + H2, por gaseificação e, com catalisador, transformá-lo em metanol ou hidrocarboneto. Fontes e referências: "Bioenergia - manual sobre tecnologias, projecto e instalação", Altener, 2004 "Enersilva - Promoção do uso da biomassa florestal para fins energéticos no sudoeste da Europa (2004-2007)", Projecto Enersilva, 2007."Manuales sobre energía renovable: Biomasa" -1 ed. -San José, C.R. :Biomass Users Network (BUN-CA), 2002. |