![]() Actualidade: Biomassa sólidaRecursos em Portugal A floresta cobre cerca de 38% do território Português, estando distribuída essencialmente por:
No
entanto estes números não revelam o panorama actual
do aproveitamento do potencial da biomassa florestal, que se traduz
pelo quase "abandono" da floresta, sendo difícil
quantificar o verdadeiro potencial energético deste recurso.
Outros entraves como a falta de equipamentos para sistemas de
recolha apropriado, falta de uma estrutura do sector, falta de
tratamento fiscal adequado (a biomassa, por ex., a lenha está
sujeita a uma taxa de I.V.A. de 19%, ao contrário de outras
fontes: gás natural 5%), receio dos proprietários
e industriais da indústria da madeira, uma grande agressividade
de sectores concorrentes como o do gás, têm originado
uma estagnação do aproveitamento deste potencial. Actualmente o potencial quantificável passa sobretudo pela biomassa florestal não havendo números para o sector agrícola, onde os resíduos da vinha, indústria do vinho, podas de olivais e árvores de frutos, do bagaço da azeitona, etc., poderão ter um interesse exploratório considerável. Os quadros seguintes sintetizam quantidades indicativas de biomassa florestal de acordo com a proveniência, distinguindo a produção de biomassa florestal e a efectiva disponibilidade deste recurso energético, valores estes obtidos com base na informação disponível, cujos valores reais se pensa são algo superiores.
Produção de biomassa florestal:
Potencial disponível de biomassa florestal:
Política energética A política energética dos últimos cinco anos foi definida com a publicação da Resolução do Conselho de Ministros nº 169/2005 de 24 de Outubro, a qual estabelece a Estratégia Nacional para a Energia. No capítulo da valorização da biomassa, o documento aponta para a necessidade de aumentar a potência instalada (objectivo em concretização através de um concurso público para a instalação de 15 Centrais termoeléctricas a biomassa florestal com uma potência conjunta de 100MW a decorrer), assim como a adopção de medidas de valorização da biomassa florestal, em regime a compatibilizar com as indústrias da madeira e da pasta de papel e medidas de avaliação de critérios de remuneração da electricidade produzida, tendo em conta as especificidades tecnológicas e critérios ambientais. O Decreto-Lei n.º 33-A/2005, de 16 de Fevereiro veio estabelecer uma tarifa favorável para a energia produzida em centrais de biomassa florestal (cerca de 109€/MWh). Esta tarifa é bastante superior à atribuída à da energia produzida em centrais hídricas, eólicas, de resíduos sólidos urbanos (RSU) ou biogás de aterro. Apenas à electricidade produzida em centrais fotovoltaicas é garantida uma tarifa superior à das centrais a biomassa. Este diploma refere ainda que as remunerações aplicáveis à electricidade produzida a partir de biomassa florestal serão garantidas durante os primeiros 25 anos a contar desde o início do fornecimento de electricidade à rede. Cenário actual Em 2005 apenas existiam duas centrais termoeléctricas em funcionamento exclusivas a biomassa florestal, a central de Mortágua e a Centroliva, e alguns casos de utilização de biomassa na indústria em processos de cogeração, aproveitando resíduos de algumas das actividades produtivas. Em Fevereiro de 2006 foi lançado o concurso público para a construção de 15 centrais termoeléctricas a biomassa florestal, distribuídas pelo país, estando 12 desses pontos localizados nas regiões Norte e Centro de Portugal. ![]() Fig. Lotes das novas centrais, e pontos concedidos anteriormente consumidores de biomassa - Fonte: DGEG A potência total em concurso era de 100MVA, a concretizar até 2010, sendo que o objectivo global para a produção de energia eléctrica com fonte na biomassa florestal é de 250 MVA. No entanto ainda nenhuma das centrais se encontra em funcionamento, sendo que das 15, 2 não serão concretizadas, 8 estão adjudicadas mas apenas duas deverão arrancar entre 2010 e 2011. São apontadas várias razões para o insucesso do concurso: • Má localização de algumas da centrais • Custos da matéria-prima elevados face à tarifa disponível • Problemas no aprovisionamento, logística e disponibilidade da matéria-prima • Burocracia dos procedimentos dos concursos Fora do concurso entre 2007 e 2009 foram implementadas 5 novas centrais com uma potência total de 78 MW, o que totaliza pouco mais de 100 kW ficando longe da meta dos 250 kW. Fontes e referências: "Bioenergia - manual sobre tecnologias, projecto e instalação", Altener, 2004 "Enersilva - Promoção do uso da biomassa florestal para fins energéticos no sudoeste da Europa (2004-2007)", Projecto Enersilva, 2007. Sites: DGEG Energaia Wikipedia LNEG |