
O
cenário futuro para a energia solar mostra-se com algumas
mudanças a médio prazo. O recente SCE vem trazer alterações tanto ao nível da eficiência energética nos edifícios como ao nível da energia solar térmica activa, com a obrigatoriedade da instalação de colectores solares para o aquecimento das águas sanitárias.

Nas áreas
do solar fotovoltaico prevê-se a promoção
da produção de electricidade a partir desta
fonte, tendo em atenção a Directiva sobre
a produção de energia eléctrica a partir
de fontes renováveis, que estipula, para Portugal,
uma meta indicativa de 39% de renováveis no consumo
bruto de electricidade, prevendo-se como meta os 50 MWp
de potência fotovoltaica instalada em 2010, o que
nos colocará ao nível ou mesmo acima dos outros
países da União
Europeia, em termos de potência fotovoltaica instalada
per capita (actualmente de apenas 0,1 W per capita).

Os dois principais vectores de desenvolvimento dos sistemas fotovoltaicos
em Portugal serão os sistemas ligados à rede eléctrica
e os sistemas autónomos destinados a electrificação
rural.
A título
de curiosidade, apenas com a área disponível
em coberturas de edifícios em Portugal, seria possível
produzir toda a electricidade que consumimos através
de equipamento fotovoltaico.
A implantação de 60 m² de fotovoltaico,
nos cerca de 3.1 milhões de edifícios residências,
resultariam em cerca de 33200 GWh/Ano (consumo em 1995),
rebatendo assim a falsa ideia de que uma contribuição
substancial de solar fotovoltaico necessitaria da ocupação
de uma área enorme, com grandes custos emergentes
dessa mesma ocupação.

Para
o solar térmico passivo e para a eficiência
energética dos edifícios está previsto
o "Plano Nacional para a Eficiência Energética
nos Edifícios", com um objectivo estruturante,
no sentido de influenciar a actividade de todos os agentes
que actuam no sector, dos promotores aos utilizadores finais.
Claro que todas e quaisquer medidas de desenvolvimento da energia
solar tem de ser feitas de forma coordenada, balanceada e em estreita
ligação com os vários agentes responsáveis
nestas áreas e em áreas anexas, fazendo também
passar ao público em geral este tipo de iniciativas de
forma a criar sinergias entre os utilizadores e os responsáveis,
e não cometer erros de isolamento do público em
geral, que será o verdadeiro motor do arranque do desenvolvimento
deste tipo de energia, uma vez que será ele o principal
beneficiado em termos de economia energética, monetária
e de aumento do conforto.