Futuro
Na vertente da mini-hídrica, apesar de ser difícil estimar o potencial de exploração, existente é possível apontar para valores perto dos 1.000 MW, dos quais entre 500 e 600 MW são concretizáveis em poucos anos (até 2010), com uma produção média entre 1.500 e 1.800 GWh/ano.
No entanto, para isto será necessário uma série de medidas de forma a ultrapassar os actuais constrangimentos já referidos.
Entre as várias medidas necessárias é fundamental:
- melhor articulação entre os vários organismos intervenientes nos processos de licenciamento.
- eliminação de indefinições relativas às competências legais na área de gestão do recurso hídrico.
- definição de critérios operacionais de conciliação dos condicionamentos ambientais.
- certificação dos promotores e consultores.
- adequar os meios humanos dos organismos licenciadores
No sector da grande hídrica surgiu em 2008 o Programa Nacional de Barragens com Elevado Potencial Hidroeléctrico (PNBEPH).
O PNBEPH tem como meta atingir uma capacidade instalada hidroeléctrica nacional superior a 7000 MW em 2020, atingindo cerca de 67% do potencial hidroeléctrico, em que os novos grandes aproveitamentos hidroeléctricos a implementar deverão assegurar valores de potência instalada adicional da ordem de 2000 MW.
Neste plano foram inicialmente 25 locais potenciais, que após análise foram seleccionados 10 para concurso:
Destes dez, dois dos concursos ficaram desertos, Almourol e Pinhosão.
A maior parte destes novos empreendimentos, para além do potencial eléctrico, pretende dotar o sistema de maior capacidade de armazenamento e ser multiusos, no sentido de fornecer outras valências como abastecimento de água, turismo, controlo de cheias e combate a incêndios. A capacidade de reserva e a instalação de equipamentos reversíveis permitirá que nas horas em que há potencial eólico excedentário esta energia seja utilizada para bombear água para um reservatório superior, sendo depois turbinada para produzir electricidade quando as necessidades forem superiores à da produção eólica verificada.
Não obstante os designados benefícios da maior partes destes novos empreendimentos do PNBEPH, os mesmos, pela sua dimensão, terão sempre impactes negativos no ambiente, os quais foram avaliados nos estudos de Impacte Ambiental, análise nem sempre consensual. Estes impactem associados aos empreendimentos deverão ser minimizados através das medidas de mitigação que se esperam que sejam compensatórias e efectivas.
Para além do PNBEPH, estão a ser implementados projectos de reforço de potência nas centrais do Alqueva (260 MW), Picote (321 MW) e Bemposta (178 MW), assim como já estava prevista a construção de novas centrais hidroeléctricas do Baixo Sabor (170 MW) e de Ribeiradio (70 MW).
O impulso significativo de que a grande hídrica beneficiou nestes últimos dois anos, não se fará sem custos ambientais obviamente, mas espera-se que o balanço seja positivo e que a parte positiva do impulso seja transmitida para o desenvolvimento de projectos de mini-hídricas num futuro próximo.