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Notícias - Notícias
17/03/2013

Obama quer desviar 1,5 mil milhões do petróleo em pesquisas sobre energias renováveis


O presidente dos Estados Unidos reiterou a proposta de desvio de 2000 mil milhões de dólares (cerca de 1530 mil milhões de euros) da receita do petróleo e gás natural para investir na próxima década na pesquisa novos veículos movidos a energias renováveis.

Na sexta-feira, Obama visitou um centro de pesquisa de veículos no Laboratório Nacional de Argonne, perto de Chicago, e falou com os funcionários sobre a ideia de um "fundo de segurança energética" com dois mil milhões de dólares em dez anos, um conceito que já tinha referido seu discurso do Estado da União em 12 de fevereiro, segundo o New York Times.

Advertindo que os Estados Unidos correm o risco de ficar para trás na corrida internacional do desenvolvimento de energia alternativa, Barack Obama considerou que a utilidade de uma pesquisa fundamental sobre a energia está ameaçada pelas medidas de austeridade impostas nos Estados Unidos há semanas, tendo em conta a incapacidade do Congresso em chegar a um acordo sobre o orçamento.

O presidente dos EUA disse ainda, segundo a AFP, que os cortes orçamentais automáticos que entraram em vigor no começo de março, particularmente os destinados à pesquisa científica, "não tiram gordura, atacam também os músculos e os ossos, como a pesquisa e o desenvolvimento".

"Por causa deste rigor, encaminhamo-nos para dois anos em que não faremos novas pesquisas", reforçou o presidente, acrescentando: "Imaginem o que isto quer dizer quando a China e a Alemanha continuam a financiar a sua pesquisa básica, enquanto nós permanecemos de braços cruzados".

Os duros cortes no orçamento federal começaram a ser aplicados no início de março em todas as agências do governo, depois de os aliados democratas de Obama, que representam a maioria no Senado, e seus adversários republicanos, que controlam a Câmara de Representantes, terem fracassado em chegar a um acordo sobre as modalidades de uma redução do défice.

Apesar disto, Obama defendeu os "fundos de segurança energética", cujo financiamento virá de dividendos de concessões petróleo e de gás nas zonas marítimas controladas pelo Estado federal. Assim, vincou, "poderemos manter a capacidade de invenção americana sem adicionar um centavo ao nosso défice".

Pouco depois de chegar ao poder, em 2009, Obama propôs um ambicioso projeto de lei sobre energia e clima que visava reduzir as emissões de CO2 dos Estados Unidos, segundo emissor de gases com efeito de estufa, depois da China, mas foi rapidamente limitado pela grande maioria do Congresso.

Quatro anos depois, as perspetivas de que se aprove uma legislação sobre energias verdes são ainda menores, tendo em conta a maioria republicana da Câmara, que tem as rédeas sobre o orçamento federal.

Muitos legisladores republicanos, especialmente em estados que são grandes produtores de energias fósseis - como Louisiana (sul) ou Virgínia Ocidental (leste) - rejeitam em particular o ataque às subvenções de que gozam as empresas do setor de petróleo, escreve a AFP.


PER


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