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Notícias - Notícias
30/08/2013

Fungo e bactéria geram biocombustível mais próximo da gasolina que o etanol


A união em laboratório da bactéria E. coli ao fungo T. reesei gera isobutanol, um tipo de biocombustível com mais compatibilidade com a gasolina do que o tradicional etanol.

A descoberta de investigadores da Universidade de Michigan, nos Estados Unidos, é destaque na revista da Academia de Ciências dos Estados Unidos.

O biocombustível foi gerado ao unir uma mutação da E. coli - já usada em processos semelhantes, de transformação de plantas em açúcares - ao T. reesei. Os dois organismos foram colocados num bioreactor com folhas e hastes descartadas do milho.

A ação do fungo, então auxiliada pela da bactéria, transformou o material em açúcares que alimentaram aos micróbios, com o excedente transformado em isobutanol, resultando num processo mais eficiente do que já se havia conseguido.

Deste modo, o grupo obteve 1,88 grama de isobutanol por litro de fluído originado no bioreactor, a maior concentração já registada em processos de geração de biocombustível à base de plantas. Os investigadores querem, agora, ampliar a taxa de conversão energética do isobutanol.

«Estamos muito empolgados com a descoberta dessa técnica», conta Jeremy Minty, autor do estudo, citado no Diário Digital. «Os EUA têm potencial para produzir, de forma sustentável, mil milhões de toneladas de biomassa anualmente, número suficiente para produzir biocombustíveis que poderiam dispensar o país de 30 por cento da sua produção petrolífera.»

O isobutanol gerado na pesquisa provê 82 por cento da energia gerada pela gasolina na combustão, enquanto o etanol se limita a 67 por cento.

Além disso, o isobutanol não tem tendência de absorver água, o que evita corrosões e danos para o motor, característicos do etanol, e poderia substituir a gasolina - enquanto o etanol só pode ser adicionado a ela.

Por fim, ao utilizar partes descartadas do milho, o isobutanol não impacta a produção do vegetal para fins alimentares, afastando a hipótese de alta dos preços na commodity.

A existência harmoniosa do fungo com a bactéria surpreendeu os pesquisadores e é um dos pontos altos do estudo. «É que muitas vezes uma espécie domina a cultura presente no recinto, fazendo com que a outra morra. Esse é um problema comum quando se tenta fazer um processo semelhante a esse», ressalta Minty.


PER / Diário Digital


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