13/07/2015
Estados Unidos consideram que o progresso das renováveis em Portugal é
O secretário de Energia norte-americano elogiou os esforços portugueses no crescimento verde. O luso-descendente também está optimista para a reunião de Paris no final deste ano, onde 200 países vão tentar fechar um acordo para reduzir as emissões de dióxido de carbono.
Os Estados Unidos elogiaram os resultados obtidos por Portugal no campo do crescimento verde. O elogio foi feito por Ernest Moniz (na foto), o secretário de Energia norte-americano durante a sua visita oficial a Portugal.
"Quero dizer que o progresso feito com o crescimento verde é realmente muito impressionante", disse Ernest Moniz esta sexta-feira, 10 de Julho, na conferência "Os novos desafios da energia" em Lisboa.
O crescimento verde tem várias vertentes, como o aumento de produção de energias renováveis ou a redução do consumo de energia e das emissões de carbono.
O governante apontou que o progresso feito "demonstra o tipo de ambição que queremos ter em Paris em Dezembro". Referia-se assim à reunião sobre as alterações climáticas que vai ter lugar na capital francesa em Dezembro e onde mais de 200 países vão tentar alcançar um acordo que substitua o Protocolo de Quioto.
"Temos muito por que estar optimistas. Em Novembro passado, o presidente Obama e o seu líder chinês comprometeram-se a uma redução significativa em termos de redução de carbono", defende Ernest Moniz. "Estamos a trabalhar no duro na estrada para Paris, mas também temos de pensar na estrada depois de Paris".
O luso-descendente também teve tempo para elogiar Mariano Gago,cientista e ministro das Ciências em várias legislaturas, recentemente falecido. "Mariano Gago era um grande líder na ciência, beneficiámos com a sua colaboração no MIT [Massachusetts Institute of Technology]".
O homem forte de Barack Obama para a energia considera assim que a inovação tecnológica e a redução de custos desta mesma tecnologia são a "chave para uma forte resposta às alterações climáticas".
Neste âmbito, deu os exemplos da energia fotovoltaica e eólica, cujos custos têm vindo a cair e eficiência a aumentar. Apontou o caso da região sudeste dos Estados Unidos onde durante muito tempo não se apostou na eólica devido à falta de condições naturais. Contudo, com o desenvolvimento da tecnologia, e a construção de turbinas mais resistentes e mais elevadas em altura possibilitaram o desenvolvimento da produção nesta região.
Durante a conferência, o luso-descendente, neto de açorianos, foi questionado sobre a queda do preço do petróleo nos mercados e as implicações para a economia norte-americana. Os Estados Unidos têm vindo a aumentar a produção de petróleo nos últimos anos, devido ao petróleo de xisto, para nove milhões de barris diários. "Esse aumento de produção tem sido muito bom para a nossa economia", reconhece.
Mas apesar deste aumento de produção ter levado à queda do preço do petróleo nos mercados internacionais, Ernest Moniz aponta que "isso não nos deteve em nada de reduzir a nossa dependência do petróleo".
Esta redução está a ter lugar a três níveis, o aumento da eficiência nos automóveis, os combustíveis alternativos e os veículos eléctricos.
A aposta passa pelas energias renováveis, mas também pelo gás natural que tem vindo a substituir o carvão na produção de electricidade. Em pouco mais de uma década, a percentagem de electricidade produzida a partir de carvão caiu dos 50% para os 40%.
Jornal de Negócios