19/09/2008
Aposta nas Renováveis é a estratégia certa para enfrentar choque petrolífero
O primeiro-ministro, José Sócrates, garantiu hoje que a "forte aposta" de Portugal nas energias renováveis nos últimos três anos vai continuar, sublinhando que esta é a estratégia certa para fazer face ao "choque petrolífero" em curso.
"É absolutamente fundamental que o país tome consciência que não deve estar tão dependente do petróleo, e a melhor forma de reduzir essa dependência é aumentar a percentagem de electricidade baseada em energias renováveis, aproveitando a energia que podemos produzir aqui", referiu.
José Sócrates falava em Viana do Castelo, durante a cerimónia de lançamento da primeira de uma fábrica de pás de rotor da Enercon, um investimento de 55 milhões de euros que criará 500 postos de trabalho e que integra um cluster eólico que aquela empresa alemã está a instalar no concelho.
Sócrates lembrou que nos dois anteriores choques petrolíferos "todos disseram" em Portugal que era preciso reduzir a dependência do petróleo, mas "nada se fez".
"Não estou disponível para que tudo volte a acontecer sem ninguém fazer nada. Ninguém nos perdoaria se, daqui a 15 ou 20 anos, aqui estivessem os actores da nova geração dizendo que vivemos o terceiro choque petrolífero e nada fizemos. Não quero que isso aconteça", afirmou.
O primeiro-ministro sublinhou a aposta nos últimos três anos na energia eólica e hídrica, garantindo que estes continuarão a ser os sectores que "puxarão" pela energia do país.
"Três anos depois, podemos dizer que Portugal está numa situação no mundo que nos coloca no conjunto de países mais evoluídos em termos de energias renováveis", frisou.
O chefe do Governo disse ainda que esta aposta nas energias renováveis é também "essencial" para a modernização da indústria e da economia do país, apontando como exemplo o cluster que a Enercon está a instalar em Viana do Castelo.
Este cluster integra ainda uma outra fábrica de pás de rotor, uma fábrica de geradores, uma unidade de mecatrónica, uma fábrica de torres de betão e um centro administrativo e de formação. No total, significa um investimento de 200 milhões de euros e vai criar 2500 postos de trabalho directos e 7500 indirectos.
O ministro da Economia, Manuel Pinho, lembrou, por seu lado, que o país passou de uma potência instalada de 500 mega-watts de energia eólica em 2004 para os actuais 2500 mega-watts, um valor que até 2010 subirá para 5000.
Uma aposta que permitirá poupar mais de mil milhões de euros por ano, quer em termos de CO2 quer em termos de combustíveis fósseis.
Diário Económico Online com Lusa