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   Actualidade A energia que 
                chega à costa ocidental portuguesa (500 km) é de 
                cerca de 120 TWh/ano (em águas profundas). A conversão 
                de apenas 1% desta energia em energia útil (substancialmente 
                aquém do que é tecnicamente viável) produziria 
                1,2 TWh/ano, o que (para um factor de carga de 0,25) corresponderia 
                a uma potência instalada de 550 MW. A contribuição 
                dominante seria naturalmente de sistemas offshore.  As 
                zonas costeiras portuguesas (em especial a costa ocidental do 
                continente e as ilhas dos Açores) têm condições 
                naturais entre as mais favoráveis em qualquer parte do 
                mundo para o aproveitamento da energia das ondas: recurso abundante 
                (cerca de 25-30 kW/m média anual), plataforma continental 
                estreita (inexistente nos Açores) (ou seja águas 
                profundas na proximidade da costa), consumo e rede eléctrica 
                concentrados junto à costa do continente.  Em 
                termos de I&D, Portugal é um dos países pioneiros 
                (actividade desde a década de setenta) e com maior impacto 
                (por exemplo em termos número de publicações 
                e de participação e coordenação de 
                projectos europeus). Dos três grandes projectos europeus 
                actuais com construção de protótipos, liderou 
                um (ilha Pico) e participou nos outros dois (LIMPET, ilha de Islay, 
                Escócia, e AWS, Viana do Castelo). Portugal liderou a elaboração 
                do Atlas Europeu de Energia das Ondas, referente ao recurso em 
                águas profundas (offshore), estando em fase de finalização 
                o Atlas Nacional de Ondas que descreve o recurso junto à 
                costa do continente. Para além destas instituições, e numa perspectiva mais lata, existe substancial capacidade técnica em Portugal na área do mar, nomeadamente engenharia costeira, portuária e naval. A engenharia offshore é uma área de menor capacidade nacional (em comparação com alguns países do norte da Europa). No entanto existem uma série de barreiras ao desenvolvimento deste tipo de energia renovável: - A passagem da fase de ensaios em laboratório para a demonstração com protótipo em mar real é fortemente dispendiosa, requer uma longa preparação e envolve riscos de vária ordem. - O desenvolvimento dum sistema do tipo em questão, passando pelo projecto construção e operação de protótipo, até ao limiar da comercialização, requer a participação e coordenação duma equipa multidisciplinar, envolvendo empresas e instituições de I&D. Existe pouca experiência e tradição de empreendimentos deste tipo em Portugal. - A escassa experiência portuguesa em tecnologia offshore pode implicar uma forte dependência de tecnologia estrangeira no desenvolvimento de sistemas offshore de segunda geração. | 

